À descoberta de Silves

O leproso impressionou-me muito. A princípio até pensei que as feridas eram a sério.

Ontem à noite fui à feira medieval de Silves. Chegámos ao pôr do Sol.

Passeávamos quando decidimos sentar-nos na esplanada do café Inglês. Olhando à volta eu via a cidade de Silves. O Renato veio perguntar-nos o que queríamos beber. Era um senhor simpático, novo, com caracóis a saírem de uma fita que trazia à volta da cabeça. Pedimos uma água, uma cerveja e um chá verde, mais uma fatia de bolo mármore. O bolo demorou tempo a chegar mas valeu a pena porque era muito bom, mesmo o melhor que já comi em toda a minha vida.

Mais tarde estive a ver um espectáculo de música e danças Árabes. Fiquei impressionado com as bailarinas, com a forma como balouçavam as ancas, e com as suas roupas e adereços.

Também achei graça ao jantar: comemos febras, feijão frade, linguiça e pão. Vinha servido numa espécie de telha de barro, com garfinhos de madeira muito pequenos, e copos de barro.

Havia dinheiro próprio naquela feira.

Já quase no fim da noite assisti a uma batalha entre os combatentes de D. Afonso III e os Mouros que viviam em Silves. Venceram os homens do Rei de Portugal. Quando no meio da guerra e discussões, um soldado gritou “ já te parto as trombas”, todos se começaram a rir. Até eu.

Um senhor que sabe escrever árabe, desenhou o meu nome num papel que eu trouxe para casa. A praça do banho árabe, as cobras que entravam no espectáculo, e a multidão foram outras coisas que me impressionaram.